A música exerce sobre o homem uma notável influência, é empregada nos mais variados momentos sejam de dor, de alegria, de guerra (o que é lamentável), e nos momentos de fé.
Tem a capacidade de elevar nossos padrões vibratórios e de pensamento ajudando a estabelecer contato com esferas mais elevadas, conforme a melodia empregada nas composições.
Nossa amada Umbanda é uma religião musical por excelência em qualquer templo que se vá, independente da influência que receba, lá encontraremos a música, seja acompanhada de palmas, atabaques, agogos, sinos, adejás, etc...
Hoje percebemos que toda religião tem sua forma musical de se expressar os católicos e evangélicos tem seus hinos, os praticantes do Santo Daime também denominam suas músicas de hinos, os hindus tem seus mantras, etc cada um com seus instrumentos peculiares e as vezes em comum.
A ICAR que vinha perdendo fiéis para as Igrejas Neopentecostais descobriu na música, uma forma de manter o seu rebanho e de trazer de volta aqueles que deixaram de praticar sua fé, haja vista a grande popularidade de Padres como Marcelo Rossi e António Maria, que tem feito grandes renovações na musicalidade católica. Um exemplo disso é a música que ficou conhecida como "Aeróbica de Jesus".
Voltando ao nosso foco, a Umbanda.
Alguns terreiros mais antigos que seguem mais ou menos como o Caboclo das 7 Encruzilhadas orientou nosso saudoso Pai Zélio não se utilizam de instrumentos musicais, os cantos quando muito são acompanhados de palmas.
Há terreiros onde só é permitido o uso de atabaques e outros tantos em que podem se agregar agogos e outros instrumentos para ajudar na harmonia dos pontos.
Desde os tempos antigos diversos povos ameríndios já se utilizavam do som dos tambores, por mais primitivos que fossem para seus cantos litúrgicos, algumas tribos também utilizam o maracá como instrumento musical.
É comum ouvirmos comentários sobre a sensação de ouvir uma bateria de escola de samba, ou um umbandista que participa pela primeira vez de um trabalho é que o que mais marcou foi o som dos atabaques, muitos classificam até como vibrante.
O conjunto dos atabaques e canto na Umbanda denominamos de curimba, temos 3 "tipos" de atabaques que denominamos Rum, Rumpi e Le. O Rum é o maior deles, de som mais grave e somente o Ogã Chefe pode tocá-lo, o Rumpi é o de tamanho e som intermediário, por fim, o Le que é o menor e com som mais agudo.
Alguns dos toques mais conhecidos são o Angola, o Congo, o Congo de Ouro, o Barra Vento, o Ijexá, o Nago, o Cabula entre outros.
O som produzido pelos atabaques auxiliam no transe mediúnico alterando o giro dos chackras responsáveis pela incorporação e também ajudam o cérebro a alterar sua frequencia de ondas, facilitando assim aos médiuns a conexão mediúnica com seus guias.
A musicalidade umbandista também é quem marca para os freqüentadores de nossos templos cada momento da gira, pois liturgicamente possuimos pontos para cada momento como abertura, defumação, batimentos de cabeça, saudação, chamada, sustentação, subida, etc...
Após a incorporação do dirigente toda a responsabilidade pela condução da gira fica nas mãos do Ogã, pois através dos pontos, dos toques e do canto ele vai sustentar toda a vibração e conforme, com o dirigente espiritual incorporado ao Ogã é conferida toda autoridade para mandar incorporar ou desincorporar, sempre com o aval do guia que está no comando.
Por essa razão que o Ogã tem q passar por todo um preparo, não só no que tange o aprendizado dos variados toques e dos pontos, que alguns chamam de cantigas, mas é necessário que passe também por um aprendizado teológico, entendendo como se processam os trabalhos.
Assim sendo é necessário também que o Ogã desenvolva sua sensibilidade para saber quando é necessário se tocar cada tipo de ponto e também estar sempre em sintonia com o guia que está no comando do trabalho.
É fato que essa sensibilidade e sintonia com as entidades vem com o tempo de trabalho e a dedicação do médium em aprender e entender a sua religião e religiosidade.
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