No crepúsculo, o Sol se rendia aos infernos, ou ele tomava a aparência de um jaguar sobrenatural. É sob esse aspecto que ele devia combater os deuses da morte, mestres de Xibalbá. Numerosos vasos pintados representam o jaguar-sol no curso de sua perigosa travessia: em certos casos, o glifo do sol (kin) é impresso no ventre do animal; outros vasos são decorados com pintas de jaguar estilizadas, apresentando, em seu centro, o glifo do Sol. Uma escultura descoberta em Ipaza, na fronteira sudeste do território maia, representa o jaguar-sol suspenso sobre um fogo, após os deuses dos infernos terem-no capturado. Felizmente para os homens, a divindade escapa sempre de seus cruéis carcereiros e reaparece no horizonte a cada manhã, sob a forma do astro.
Como o leão para o velho continente, o maior felino da América simbolizava igualmente o poder real. Os monarcas tinham o costume de sacrificar jaguares aos deuses e usavam muito freqüentemente, entre as insígnias reais, uma pele de jaguar. Vários reis maias não hesitaram a juntar a palavra jaguar aos seus nomes, de modo a melhor sublinhar a nobreza de sua classe.
Nota:
(LAUGHTON, Timothy. Les Mayas. Adaptation française de Bernadette Imbert. Paris: Gründ, p.70
Tradução para o Português: Renata Vidal da Cunha.)
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