O homem em movimento.
Os andarilhos freqüentemente caminham pelas estradas sem destino como nômades que renunciam a fixações geográficas, psicológicas e sociais. Não é raro encontrar andarilhos de estrada com manifestações de visões e pensamentos delirantes.
O objetivo das pesquisas esoteicas é investigar possíveis conexões entre a movimentação constante dos andarilhos e a eclosão de delírios. Coletando e analisando narrativas de andarilhos, explorando especificamente os conteúdos alusivos à representação de si, de seu mundo e de sua caminhada pelas estradas da vida.
Idéias persecutórias, megalomaníacas e depressivas, superinvestidas afetivamente, aparecem com freqüencia nos pensamentos sobre o presente, o passado e nas reflexões sobre os motivos do deslocamento constante. Os resultados sugerem que há uma forte relação entre a movimentação constante e sem destino e as idéias e visões delirantes que os acometem.
Vemos constantemente em canais de TV programas religiosos de seitas que pregam uma nova vida, de prosperidade, de amor e de felicidade. Como se tudo se resolvesse com um clik. A vida não é um softwer que alguns cliks resolvem tão facilmente.
Os mercenarios da fé dizem resolver os problemas das pessoas somente pelo fato e o ato de frequentar um desses templos feitos por essas seitas, mas tudo isso não passa de engodo e demagogia. A Probria Biblia que é usada constantemente é muito clara em mostrar que o homem cresce, se ilumina e evolui através de um processo lento. Vemos isso na vida de Cristo, nas pregações dos profetas e na tragetoria dos escolhidos de Deus.
Na historia de Jó vimos pelo que ele teve que passar só para provar que não era fiel só por ser um protegido de Deus. Se nossa vida muda tão derrepente nem sempre pode ser por meio de Deus, tudo não passa de engodo. Ademais pra falar e operar por meio da religião e da fé tem sim a necessidade de um sacerdocio muito firme e iluminado. E não existe igreja sem sacerdocio.
Tambem podemos ter certeza que não existe sacerdocio sem autoridade constituida em Cristo e no Senhor que deu sua vida em amor da humanidade. E Paulo nos diz que Jesus operou no mesmo sacerdocio de Melquisedec, com celibato, ritos e obediencia a Tradição, aos Ancestrais e ao Criador.
A Ordem de Melquisedec é necessaria e não as roupas empresarias como ternos e gravatas que nos lembra muito mais o sistema luciferico empresarial, modista e moderno preparado para o Anatecristo. Vemos muito claramente que o bem opera pelo amor e pela dualidade e a Mulher Vestida de Sol é a representação da virtude de Maria e da pureza da mulher como mãe do Salvador. Não deixemos nos iludir pelo marketing da era moderna. Tudo é só com intuito de ganhar dinheiro e vida prospera. Jesus disse "meu Reino não é deste mundo" e depois disse "juntai tesouros no céu". Por isso digo "Quem tem ouvidos ouça" assim como afirmou o Mestre Salvador.
Supermodernidade, modernidade tardia e pós-modernidade. Sejam quais forem os nomes dados à contemporaneidade, inegavelmente vivemos numa época em que a flexibilidade, a pluralidade, a expansão do tempo e do espaço, a realidade virtual, a exigência de movimentação e a incerteza povoam sobejamente o cotidiano do sujeito.
O ser humano vive hoje uma condição de desenraizamento sem precedentes que o torna um sujeito circulante, em movimento, seja no espaço geográfico, seja no social e psicológico. Associado a um complexo conjunto de fatores que modelam o mundo contemporâneo – tais como a globalização, a virtualização da realidade, a aceleração do tempo, a substituição dos espaços fechados (lugares) pelos espaços abertos (não lugares), a dispersão, o desemprego e a pobreza– o fenômeno da errância se expressa com maior radicalidade na figura extrema dos andarilhos de estrada: sujeitos que perambulam sem destino pelas rodovias do país, fazendo da caminhada uma estratégia de sobrevivência (Justo, 1998).
Grande parte dos sujeitos que vivem na condição de andarilhos se desloca pelas rodovias do país à procura de trabalho, principalmente nas colheitas de grãos que, em determinadas regiões, ainda empregam mão-de-obra volante na agricultura. Em situações de extrema necessidade, recorrem à mendicância ou procuram ajuda em instituições filantrópicas das cidades por onde passam. Entretanto, outra parte dos andarilhos é formada por verdadeiros dromomanes da atualidade: aqueles que já abandonaram todas as perspectivas e sonhos de encontrar trabalho, restabelecer uma família, ter uma moradia e fixar-se num lugar. O termo dromamanes é o nome dado aos desertores na época do Ancien Régime, e, em psiquiatria significa mania deambulatória (dromomania). Dentre eles, muitos já estão há bastante tempo "vivendo no trecho", como designam a perambulação pelas estradas, e assumem efetivamente a condição de andarilho e a errância como um modo de vida.
Assim como os dromomanes, desertores do Antigo Regime, os andarilhos da atualidade rompem com toda a malha da rede social, abandonam os lugares de assentamento e sedentarização (família, trabalho, domicílio e tantos outros) e assumem o nomadismo como forma de vida. Tudo o que possuem carregam num saco que levam às costas e mesmo esses pertences mínimos são provisórios e rotativos. Essa imagem é percebida no Arcano Zero do Tarô, em termos de Umbanda-Astrologica, está simbolizado em Exu, o Grande Senhor dos Caminhos, conhecido vulgarmente como membro do "Povo da Rua".
A história de vida do andarilho testemunha uma conjugação de várias dificuldades que incidem de forma candente na vida dos mais pobres desalojando-os de nichos sociais. Migrações constantes da família (deslocamentos do nordeste para o sudeste, mudanças de regiões ou de propriedades rurais, êxodo do campo para a cidade), baixa escolaridade, desqualificação da mão-de-obra, uso abusivo de bebidas alcoólicas, conflitos familiares que incluem a morte dos pais e desentendimentos entre o casal, o desemprego prolongado, a desesperança, a falta de seguridade social, a desfiliação e tantos outros acontecimentos tornam o sedentarismo insuportável, impulsionando o sujeito a buscar na "estrada" alguma chance de minimizar o sofrimento. Mas, é facil reparar em retirantes, que o que faz mais pessoas pegarem a estrada é o sonho de melhorar tambem em termos sociais. Ou seja, ser uma nova pessoa, encontrar mais integração em outro lugar, e conseguir fugir da solidão que vive onde está. E pode ter certeza que em tudo isso, existe uma conotação espiritual.
Vivendo na situação extrema de isolamento, desassistência, solidão e desamparo, não é raro encontrar casos de andarilhos de estrada com manifestações de persecutoriedade e pensamentos delirantes de si e do mundo, bem como delírios derivados do consumo abusivo de álcool durante muitos anos. Boa parte desses andarilhos é formada por egressos de hospitais psiquiátricos que foram lançados, larga manu, ao "mundo" pelas políticas de desinstitucionalização estabelecidas para combater o modelo asilar de confinamento da "loucura", vigente até há bem pouco tempo. Porém, também aqueles lançados à errância pela miséria e pelo desemprego acabam expostos à produção de visões e idéias delirantes. Liberados do confinamento forçado e sem a possibilidade de um reassentamento social mínimo, mediante o resgate de uma moradia, trabalho, dos vínculos familiares, acabaram encontrando na perambulação pelas estradas ou na itinerância de cidade em cidade, a única forma de sobrevivência.
Outra parcela dessa população, embora originária dos desalojamentos progressivos do trabalho, moradia, da família e demais vínculos psicossociais, acabou encontrando nos longos anos de errância pelas estradas, apenas a companhia dos próprios delírios. (Justo, 2000, p. 20) Essa ilusão de que o homem através de uma religião e apego a Biblia pode ser um rei ou um homem prospero na terra não passa de manipulação, pois o projeto de Deus é que o homem possa evoluir espiritualmente e não materialmente e assim Jesus nos diz: "juntai tesouros no céu".
Assim percebemos aqui, que não recebemos apenas a influencia dos Arcanos destacados e de regencia definida, e que na loucura e falta de direção do homem, pode-se sentir a força atuando do Arcano Neutro Zero. Como Tambem sentimos além da regencia dos orixas, a força de Exu, atuando sobre os movimentos humanos, isso comprova que o Senhor dos Caminhos tambem nos impulsiona a tomar certas atitudes.
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