08/08/2012

A ética e o sacerdote

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Quando vemos uma criança apontar um coleguinha como sendo o culpado por uma de suas travessuras, já podemos imaginar como vai ser o futuro dessa pessoa se não houver a interferência dos pais.
Nas diversas áreas podemos sentir as distorções de personalidade,e a falta de caráter,de um indivíduo,que muitas vezes começa lá na infância; quando isso é notado em um sacerdote,me faz lembrar uma conhecida frase Yorubana( En ti ase loore ti ko Du pé buru ju olósa Ti ó kò ní léru ló)aquele a quem concedemos bondades que não expressa gratidão,é pior que o ladrão que rouba nossas coisas.
Quando confiamos em alguém, nossa fé, isso nos torna vulneráveis, abrimos nosso coração e expomos nossas feridas, assim como as mais profundas angústias de nossa alma e, muitas vezes, reconhecemos naquela pessoa um elo de ligação com o sonho e a esperança da realização,e isso nos conduz a conceder bondades a esse suposto confiável,amigo,e orientador.
Quando uma consulta a um sacerdote acontece,nos desnudamos e assumimos nossas falhas,e nossa real condição de impotência para lidar com o desconhecido ou com o inesperado.
Isso coloca,o então, senhor da resposta,como solução as nossas angústias e lhe concede o direito de colocar na solução,custos,mesmo que algumas coisas jamais possam ser pagas, quando de fato acontecem.
A condição de solucionador de problemas do corpo e do espírito,não é verdadeira,na realidade o sacerdote,é somente um elo de ligação,entre a solução e o problema, isso não justifica algumas vaidades exteriorizadas,quando do sucesso do tratamento,até porque a solução partiu do Orisa e não do sacerdote.
Quando analisamos do ponto de vista ético,um orientador,jamais deve afastar uma pessoa de sua religião,e sim fortalecer nela aquilo que naturalmente se desenvolveu: confiança, credibilidade e esperança; jamais tal comportamento deve unir o adepto ao emissário e sim a divindade.
Nada mais justo que por esse caminho não trafegue a ilusão, o dever de quem orienta é ajudar a sonhar e jamais iludir.
Quando buscamos em uma consulta aos Orisas,orientação, evidentemente que os interesses do sacerdote,devem ser omitidos,assim como a opinião pessoal do mesmo.
Tal fato transfere a responsabilidade ao Orisa que orientou,mas em nenhum momento isenta o sacerdote da interpretação.
Acredito de fato que quando alguma coisa deixa de acontecer é um erro de interpretação e nunca um equivoco divino.
Assumir tais erros,é um ato de coragem,e sem dúvida, é uma questão ética, considerando o fato que, além dos interesses envolvidos,houve uma expectativa gerada,nada mais justo que um resultado positivo seja sentido, e a resposta aos questionamentos venha como solução ao problema.

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