03/08/2012

A Verdade e a Umbanda

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 verdade tem muitas faces e pode ser encarada de varias formas, como a Umbanda.

É claro que a face do bem é a única que deve ser observada. Mas, dentro dela, inúmeras são as visões da verdade, como de diversas formas a Umbanda pode ser relatada.

As entidades, os rituais, o todo da Umbanda é olhado por inúmeros ângulos.Isso é importante, por que não se pretende neste trabalho ditar qualquer regra, forma de proceder ou atuar.

Estas cabem em última e primeira instância as entidades patronas da casa e ao pai de santo. O objetivo destes escritos não é esse.

Não se pretende aqui normatizar a Umbanda, limitando sua evolução natural e o posicionamento de cada casa e pai de santo.

Portanto, não se busca padronizar qualquer que seja o comportamento, mesmo por que estaria se cometendo o mesmo erro de Kardec, que ao engessar, paralisou a engrenagem (como será posteriormente exposto este fato decorreu de momento e necessidade histórica).

Não se pretende ditar regras de ritual, posicionamentos de magia ou formas de atuação.

Não é esse o interesse deste trabalho e que bem explicado se torne este fato. Querer impor uma única verdade é castrar as outras e cortar pelo caule, a possibilidade de novos e bem vindos frutos.


O que se dita aqui são formatações básicas, trazendo a baila conceitos gerais, de suma importância a qualquer dos filhos que seguem ou que desejam conhecer a Umbanda.

Por que, a Umbanda, como verdade, possui várias faces.

Todas límpidas, honestas e bondosas, mas ainda, várias faces.

A cada olhar desse ou daquele filho, a Umbanda novamente se revela, dentro de sua verdade do bem, apresentando mais uma face. Por isso, fundamental a coordenação dos trabalhos pela entidade mestre e pelo pai de santo.

Em cada terreiro esta coordenação é uma das faces da verdade umbandista desde que voltada sempre ao bem e dentro de padrões e premissas fundamentais.


Assim, a verdade da entidade chefe e do pai de santo naquela casa deve prevalecer, sobre a face da verdade dos filhos.

Dentro da bondade, da beleza e das premissas básicas da Umbanda devem as entidades e os pais de santo, reinarem. Cabe aos filhos, ou se submeterem àquela verdade, ou então simplesmente abandona-la procurando outra casa para atuar.

Perguntam os filhos sobre as casas que praticam o mal, a matança, a magia negra, auto denominando-se Terreiros de Umbanda.

Ora, estas não são terreiros umbandistas.

Podem enganar a um tempo, leigos, carentes, crentes, mas nunca irão ditar verdades, pois não têm elas uma de suas faces. A face que apresentam é a da mentira.

E, como diz o santo dito popular, toda mentira tem pernas curtas.


Então, em uma hora ou outra a verdade se fará presente aos filhos que foram enganados. Porque ninguém é para sempre iludido

Se a procura é pelo bem o mal não poderá por muito tempo, fazer morada.

Se a casa que freqüenta o filho estiver prestando trabalhos com paga, matança, forças negativas ou com entidades poucos sábias, por certo uma casa de Umbanda não será.

Por isso, fundamental que o terreiro mostre uma das faces da verdade e não as sombras escuras da mentira.

Questionamento comum é também se deve o filho acatar as posições e as verdades tomadas pelas entidades chefes e pais de santo.

A resposta é sim, sempre.

A partir do momento em que se trabalha em uma casa, ou se aceita o posicionamento das entidades e encarnados chefes ou então se vai para outra.

Complôs, grupos dissonantes, filhos insatisfeitos devem nova casa procurar para que encontrem em outro terreiro, uma face da verdade mais similar com a que enxergam.

Isso não quer dizer em momento algum, que os filhos se sintam incentivados a trocarem de terreiros inúmeras e repetidas vezes, como se possível fosse aplacar uma forte insatisfação interna.

Se não conhece o filho a face da verdade, nem sua existência, como querer discordar?

Não existe tal possibilidade. Isso leva muitos filhos ficarem de casa em casa, tentando se adaptar, achando que assim estão progredindo, quando pretendem na verdade, que as casas de fé se adaptem a eles.

Portanto, muitas das vezes, importante aceitar e escutar a face da verdade apresentada pelas entidades patronas.

Quase sempre, se a casa esta pregando o bem e trabalhando sobre a proteção de Oxalá, o pai de santo e a entidade chefe, tem muito mais claramente a visão da verdade, que antes de ser criticada, deve ser aceita.

Não se esta pedindo aqui aos filhos que fechem qualquer canal com a razão, muito pelo contrário.

O que se esta alertando é que, utilizando esta mesma razão, dêem ouvidos e obedeçam as entidades que são muito mais conhecedoras da verdade do que eles próprios.

Oxalá é sábio, escreve certo por linhas tortas, é pai e não padrasto, como melhor for.


Essa é a fundamental verdade.

Se uma casa está sendo levada e instruída por determinado pai de santo e entidade chefe, então é por que tiveram, ambos, permissão de Oxalá para estarem naquela posição, e, se por alguma razão não observarem os ditames de Oxalá, rapidamente perderão essa posição.

Irão deixar de serem pais de santo, terão suas casas destruídas e não conseguirão reunir sob sua guarda nem filhos nem faces da verdade.

E isso não significa que pais de santo não tenham defeito.

Os tem, e na maioria das vezes, muitos.

Não são perfeitos, não são semideuses, não são entidades, mesmo por que encarnados.

Mas possuem, em sua gama de defeitos a sabedoria e a dignidade de formatar uma das faces da Umbanda e da verdade, a sua verdade.

Portanto, apesar dos defeitos, levam consigo (os verdadeiros pais de santo) a sabedoria necessária para unificar os filhos sob um mesmo teto.

Olhe uma vela, defina sua luz e perceba que apesar de iluminar, de seu fogo queimar, de transmitir calor, a definição será mil em mil.

Nunca é tarde pra lembrar: a verdade, como a Umbanda, tem muitas faces.

Mas, todas, sempre, luminosas.

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