Os acontecimentos fluem de forma natural quando agimos de forma
natural.
Os sentimentos desabrocham no seu devido tempo quando damos
tempo ao tempo. Dar tempo ao tempo significa respeitar o
momento.
É dar chances ao momento para se manifestar e ter vida. Quando
apressamos o tempo com a mente, em verdade, retardamos o fluir
dos acontecimentos, jogando entulho no leito da vida por onde os
acontecimentos deveriam fluir. Isso acontece, quando, querendo
apressar o tempo, assassinamos o momento. Isso funciona como se,ao ver uma árvore, ao invés de admirá-la, de amá-la, de experimentar sua companhia, usufruindo de sua sombra e descanso,nós a cortássemos. Só que ao cortá-la ela cai na direção que teríamos que passar e acaba por bloquear nosso caminho. Isso é o que acontece quando tenta-se apressar a vida
Só é possível ser tolerante quando estamos em sintonia com a vida e isso acontece quando somos o sujeito da vida e não seu objeto!
O segredo é apenas ser! Quando "somos" sabemos intuitivamente o
quê e como fazer.
Querer ter o domínio dos acontecimentos é uma armadilha que nos
faz dominados por eles.
Deixar que os acontecimentos fluam, nos faz navegar sobre eles e
como num barco veloz experimentamos como se "pequenos e
invisíveis braços" surgissem na água nos fazendo deslizar sem
atritos sobre os acontecimentos nos levando pelo fluxo mais intenso
onde não existem obstáculos.
No início, aparentemente, tem-se a sensação de estar fora do
controle das situações, mas com o tempo percebe-se que no leme
está o coração, que na linguagem intuitiva providencia as ajudas
necessárias, de acordo com o fluir da jornada. Isso cria condições
para que a interação viva dos elementos da vida se manifeste, na
linguagem mais pura e harmoniosa que existe, sem favores ou
débitos.
As "situações favoráveis" ou "coincidências", na linguagem do
intelecto começam a tomar vida! Haverá espaço para a paz interior
e a mente experimentará isso; e a energia que era desperdiçada
com o "excesso de pensamentos" gerados pela ausência da
tolerância poderá ser a grande surpresa da estória, manifestando-se com o "poder puro" de fazer acontecer. O que era o objetivo inicial, apressar ou desejar que acontecesse - acontece!
Para tal uma mágica se faz necessária, que é o desapego ou entrega do "desejo" . O "poder puro" que o ser experimenta pode, no seu grau mais sublime, ser conhecido como "tolerância".
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