O processo
cultural da religião reflete o seu estado atual de espírito. Mostra as
faces de quem se considera religioso ou de quem se considera frequentador praticante.
Procuro me
perguntar o quanto a cultura umbandista influencia de forma eficaz a
disciplina na vida pessoal de seus praticantes. Esta preocupação
acontece em função de alguns modelos adotados, pois fico preocupado com a
extensão do condicionamento, seja ele adquirido ou imposto.
Penso muito em todas as conversas que tenho com alunos e frequentadores, quando ouço um relato deste tipo:
- No Terreiro de fulano de tal é proibido ler tais livros;
- No Terreiro de fulano de tal é expressamente proibido visitar ou conhecer outras Casas;
- No Terreiro de fulano de tal procurar conhecimento externo em outras Casas ou outros grupos será considerado “heresia”…rs
- No Terreiro de
fulano de tal, o dirigente se diz hiper-inconsciente e fala horrores a
todos durante as suas “incorporações”, dizendo que esta é a “verdade
divina…” Ai, ai…
Observo estes modelos e pergunto:
Se a religião tem
como objetivo dar sentido à vida, religar a Deus e frear os nossos
instintos, como posso acreditar que este tipo de comportamento enriquece
o frequentador ou o médium?
E entendo a partir deste ponto que muitos médiuns e frequentadores se encontram como pepinos em conserva!
O pepino na natureza estava crescendo,
fazendo parte de um cenário natural e, a partir do momento que foi
colhido e colocado em conserva, não vai crescer, muito menos amadurecer.
Este exemplo retrata a realidade de muitos irmãos, frequentadores e
trabalhadores, que se encontram engessados na sua religiosidade.
Se por um lado o
papel do pepino em conserva é triste, por outro lado, este produtor de
pepino em conserva vive algo mais triste ainda; ele experimenta um
estado latente de insegurança, medo e aflição. Afinal, você só proíbe a saída de um médium ou frequentador quando você esta inseguro em relação à sua “doutrina”.
Você proíbe
literaturas específicas com o receio de que estas literaturas libertem o
pepino do seu vidro (leia-se Terreiro), e esta liberdade vai contra os
seus princípios de “hierarquia”.
Francamente!
Meus irmãos, façam a
rebelião dos pepinos! Vamos mudar o nosso comportamento e se libertar
dos medos e das correntes que nos são impostas!
Observação: Estas palavras são de um ex-pepino em conserva.
Jorge Scritori
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