09/04/2014

O UMBANDISTA (PEPINO) EM CONSERVA.......

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O processo cultural da religião reflete o seu estado atual de espírito. Mostra as faces de quem se considera religioso ou de quem se considera frequentador praticante.
Procuro me perguntar o quanto a cultura umbandista influencia de forma eficaz a disciplina na vida pessoal de seus praticantes. Esta preocupação acontece em função de alguns modelos adotados, pois fico preocupado com a extensão do condicionamento, seja ele adquirido ou imposto.
Penso muito em todas as conversas que tenho com alunos e frequentadores, quando ouço um relato deste tipo:
- No Terreiro de fulano de tal é proibido ler tais livros;
- No Terreiro de fulano de tal é expressamente proibido visitar ou conhecer outras Casas;
- No Terreiro de fulano de tal procurar conhecimento externo em outras Casas ou outros grupos será considerado “heresia”…rs
- No Terreiro de fulano de tal, o dirigente se diz hiper-inconsciente e fala horrores a todos durante as suas “incorporações”, dizendo que esta é a “verdade divina…”  Ai, ai…
Observo estes modelos e pergunto:
Se a religião tem como objetivo dar sentido à vida, religar a Deus e frear os nossos instintos, como posso acreditar que este tipo de comportamento enriquece o frequentador ou o médium?
E entendo a partir deste ponto que muitos médiuns e frequentadores se encontram como pepinos em conserva!
O pepino na natureza estava crescendo, fazendo parte de um cenário natural e, a partir do momento que foi colhido e colocado em conserva, não vai crescer, muito menos amadurecer.  Este exemplo retrata a realidade de muitos irmãos, frequentadores e trabalhadores, que se encontram engessados na sua religiosidade.
Se por um lado o papel do pepino em conserva é triste, por outro lado, este produtor de pepino em conserva vive algo mais triste ainda; ele experimenta um estado latente de insegurança, medo e aflição. Afinal, você só proíbe a saída de um médium ou frequentador quando você esta inseguro em relação à sua “doutrina”.
Você proíbe literaturas específicas com o receio de que estas literaturas libertem o pepino do seu vidro (leia-se Terreiro), e esta liberdade vai contra os seus princípios de “hierarquia”.
Francamente!
Meus irmãos, façam a rebelião dos pepinos! Vamos mudar o nosso comportamento e se libertar dos medos e das correntes que nos são impostas!

Observação: Estas palavras são de um ex-pepino em conserva.


                                                     Jorge Scritori

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